Tem de ser

>> segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Chegou o momento de encara as coisas de frente. Tenho muita dificuldade em emendar os meus textos. perco tempo e acabo por fazer um texto mal feito. A solução seria acabar com o blogue, mas habituei-me a ele, tenho pena de o deixar. Além de que me dizem que a Mac tem um modelo ou programaque ajudará a quem está no ei caso. Não tenho hrande fé, mas veremos. Entretanto deixo o blogue em aberto e de vez em quando escrevo um pequemo texto, transcrevo alguma coisa de livro que tenha no compitador. A culps ´é do ratinho e do cursor que não querem nada comigo.

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Auti-critica

>> terça-feira, 5 de janeiro de 2010

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Isto de escrever sobre a nossa própria escrita depressa farta. Mas como não gosto de deixar as coisas a meio, vou acabar o que tão levianamente comecei.
Lembro-me ter escrito num texto anterior, que não pedia a opinião de ninguém sobre o que estava escrevendo. É verdade, mas houve uma excepção. Como todo o autor que se presa, também eu escrevi uma peça de teatro, e como tinha as minhas duvidas quanto à qualidade da obra, dei-a a ler ao Luís Stau Monteiro. Que foi franco: “o dialogo é muito bom, mas o enredo não tem interesse nenhum”. Aceitei a critica, rasguei a peça. É verdade que teria preferido a aprovação, mas não teria querido palavras lisonjeiras que me teriam iludido acerca das minhas capacidades. E sempre depois disso, quando pelos anos fora me veio a tentação de escrever a peça que arrebataria o público, sempre parei a tempo, porque me lembrei que o bom dialogo só por si não faz uma boa peça de teatro.
Foi uma critica construtiva, salutar, a do Luís Stau Monteiro, e em consequência dela passei a
ser rigorosa na auto-critica. . Penso que todo o escritor, seja ele grande ou pequeno, tem a sua opinião sobre a qualidade da sua escrita, e sobre aquilo para que está mais ou menos dotado. Parece-me que os meus livros têm personagens que se fixam, que os diálogos são naturais e as histórias têm algum interesse. Mas não são grandes histórias. Para isso seria preciso que eu fosse uma grande prosadora. O que não sou. Conheço os meus limites. O romance épico de mil páginas não é para mim, e o pequeno conto exige um talento muito especial que não tenho. Não me abalançaria a um romance policial, mas já ideei um crime e a sua solução e foi um desafio que me divertiu, e que não me importava de repetir. Nunca escrevi um livro para crianças, e é tarde para tentar a experiência. Do teatro desisti. Resta-me a conclusão que sou unicamente , uma contadora de histórias que escreve razoavelmente bem, mas não uma prosadora. “Escrita” é uma coisa,“prosa” é outra. São os grandes prosadores que escrevem os grandes livros, os grandes romances, os grandes ensaios. Já para escrever história, a boa escrita é – parece-me – preferível à grande prosa. Li de uma assentada (e mais do que uma vez) “L`Histoire des Girondins” de Lamartine, mas tive sempre a consciência que estava a ler uma grande obra de prosa e não a História dos deputados da Gironde. Mas não é de escrever historia que quero aqui falar. Isso é um capítulo à parte.
As vendas dos meus livros não atingem cifras astronómicas. Cada um deles teve entre 1500 e 2000 leitores. Como o número não varia muito, isso permite-me pensar que sejam sempre – mais ou menos - os mesmos leitores. Ou seja, que há por esse Portugal fora entre mil e quinhentas e duas mil simpáticas almas, que gostam dos meus livros. Não é que não achasse óptimo que fossem mais, mas consolo-me com a ideia que são poucos mas bons. E muito entendidos , já se vê. E, pensando bem, considerando que a minha visibilidade pública é nula, ter dois mil leitores não é nada mau.
Durante séculos, a visibilidade publica do autor não influenciava grandemente a sua carreira literária. O escritor ia-se revelando pouco a pouco. Nascia, crescia, aparecia. Agora sucede que o escritor já tenha aparecido antes de nascer. E esse neófito conhecido pode contar de imediato com uns milhares de leitores, entre curiosos, simpatizantes e interessados. É mesmo provável que em pouco tempo possa cantar, como Schiller na sua Ode à Alegria: “Abraço-vos, milhões”.
Pergunto-me por vezes se esses escritores é reconhecem que é em parte à sua visibilidade física que devem parte do seu sucesso intelectual.
Não podemos criticar ou menosprezar os autores mediáticos por se servirem do escadote da sua popularidade, mas lá que este novo género de autores confunde a cena literária, lá isso confunde.

Observações à margem
Agora que qualquer um de nós corre o risco de ser confrontado por um microfone e convidado a se pronunciar sobre os mais variados assutos, é bom saber que, para nos ajudar a ser fluentes, se usa agora muito a expressão “significativamente”. Aiém do nosso conhecido “digamos” e do muito útil “ no sentido de”.
Assim, se tiver de dizer, que o ministro da agricultura foi a Penedos ver os estragos causados pelas chuvas, poderá, com toda a vantagem, dizer: “o senhor ministro da agricultura deslocou-se a Penedos, no sentido de, digamos, verificar, se os danos causados pelas chuvas eram, digamos, significativos”.
Ps O ATRAZO FOI INVOLUNTÁRIO

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Sobre este blogue

Libri.librorum pretende ser um blogue de leitura e de escrita, de leitores e escritores. Um blogue de temas literários, não de crítica literaria. De uma leitora e escritora

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