Antes de escrever História

>> terça-feira, 30 de março de 2010

Há dias perguntaram-me como se poderia consultar certo arquivo particular e consultar documentos que interessavam a um trabalho de mestrado. Realizei uma vez mais a que ponto eu fora privilegiada por ter podido consultar livremente o arquivo onde tinha as fontes de que necessitava para o trabalho que pretendia realizar. Não q eu com isso se esgotasse a pesquisa documental, mas tinha o principal. Para o que faltava teria as facilidades que me permitiam a bolsa de estúdio da Gulbenkian que me fora concedida. Como não admirar profundamente e respeitar aqueles que se abalançam a trabalhos de grande fôlego sem gozarem das facilidades que eu então tive. Não sei como o fazem. Sinto por eles a frustração de não poder ler o livro necessário, de lhes ser difícil ou impossível consultar as fontes.
O trabalho preliminar para um livro histórico – e é disso que se trata - é apaixonante. Não sei como exprimir a satisfação que nos dá aquela gradual abordagem ao tema que nos ocupa.
Procurar as obras que pensamos necessários é a parte mais fácil desse trabalho preliminar. De um primeiro livro passa-se para outro e deste para outro, é uma cadeia.
Os autores destes livros basearam-se em documentos, tiraram delas as suas conclusões. Ansiamos por consultar esses documentos. E outros. Para tirarmos as nossas próprias conclusões. Porque todo o historiador, do grande ao mais modesto, escreve o seu livro para mostrar “como na verdade era”, e não duvida que o conseguirá melhor que qualquer outro.
As fontes. Dificilmente se encontraria expressão mais adequada para designar os documentos nos quais se baseia o livro de história, e a sua pesquisa é o momento mais apaixonante da sua feitura.
Bibliografia lida e fontes consultadas, é o momento de começar a obra. E então, como diz uma figura de ‘Alice no país das maravilhas’ a outra: “ é só começar no princípio e acabar quando chegar ao fim”.
Apetece-me escrever sobre esses fundamentos da escrita de história que são a consulta da bibliografia e o estudo das fontes. Fica para outra vez.

1 comentários:

Maria Amélia 27 de fevereiro de 2012 às 17:48  

Estou lendo a História de Portugal. de José Ttengarrinha e no capítulo 5, assinado por Antonio Augusto Marques de Almeida, existe considerações importantes sobre a ciência na época dos descobrimentos. Questiona ele a atitude científica da época e põe em dúvida a existência da Escola de Sagres. O autor não dá grandes explicações, mas a meu ver, o termo |escola|, pode ser uma qualificação moderna para uma reunião de navegadores, cada um trazendo a própria experiência, suponho.Procurei em outras fontes e todos os autores se referem ao termo !escola!, generalizando. Gostaria de ouvir sua opinião. Maria Amélia, do Rio de Janeiro

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